18.7.05

homo sapens sapiens, parte II - energias

energias são coisas legais, pena que as pessoas confundem tudo.

dizem que os autistas não conseguem decifrar as chamadas "pistas sociais", tipo, em conversas com outras pessoas, as insinuações, as conotações, as piadas, essas coisas subjetivas.

energias, então, suponho que menos ainda.

e eu acredito ser um pouco autista, pois às vezes tenho que ouvir aquela clássica "ele não entendeu a piada!!!". (a saída é sempre fazer aquela cara de paisagem e rir também...)

bom, vamos ao que interessa:

como
[1] eu acho que não tenho muita capacidade de perceber as energias (das pessoas, dos ambientes, das situações), e
[2] como eu só tenho essa maneira de perceber a realidade,
levanto a hipótese de que:

as energias (da maneira como todos a interpretam) são um misto de
[1] as energias propriamente ditas,
[2] a interpretação delas (sobre as energias, a situação),
[3] o desejo delas de como elas gostariam que as coisas fossem, e
[4] um pouco de imaginação.

[energias x interpretação]

as próprias energias, a rigor, não fazem muito sentido sem uma carga de interpretação.

exemplo: a sociedade.
a sociedade é, a princípio, um monte de gente. o que dá sentido à sociedade é a interpretação das pessoas acerca da própria situação. o estado de guerra ou de paz entre as pessoas, os povos, as nações, é fruto da interpretação delas sobre os fatos passados.
eliminando-se a porção emocional de tudo isso, o sentido de sociedade deixa de existir.

obviamente existem as energias de caráter puramente racional, informação pura e exata. porém, neste mundo, como a realidade é algo sensível (sensível = que entra pelos sentidos), e como os sentidos são um conjunto de impressões, e impressões são coisas geralmente subjetivas, então as energias racionais acabam sendo algo muito sutil e muitas vezes negliganciado.

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